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Por Nicole Leslie, g1
A Áustria iniciou o 4° lockdown no país, desde o início da pandemia, nesta segunda-feira (22), poucos dias após decretar confinamento para pessoas não vacinadas ou que se recuperaram recentemente da Covid-19. O g1 conversou com uma brasileira que mora em Viena e afirma estar difícil lidar com a sensação de que uma nova onda da doença pode acontecer também no Brasil.
Marcia Elisabeth Leite Teml é procuradora do Estado de São Paulo aposentada e natural de Santos, no litoral paulista. Ela mora em Viena há mais de três anos, é casada com um austríaco, e afirma que não foi pega de surpresa com a nova medida, já que houve resistência por parte dos moradores em receber o imunizante, o que ocasionou uma superlotação nos hospitais.
Apesar de não ser uma surpresa, a brasileira afirma que está sendo difícil passar por um confinamento novamente. No país, o uso de máscaras já era facultativo em alguns locais, e as atividades retornavam gradativamente.
Com o novo lockdown decretado na Áustria, a brasileira comenta que apenas supermercados e serviços considerados essenciais funcionam sem restrições. “Para ir aos locais, é necessário o uso de máscara profissional. A de pano não vale”, acrescenta.
Na educação, as escolas seguem abertas, mas as famílias das crianças podem optar por aulas online ou presenciais. Caso escolham o ensino presencial, é necessário apresentar teste PCR ou antígeno negativo para entrar no ambiente escolar.
“É um momento assustador, pois não se vê quando tudo isso vai passar”, diz Marcia Elisabeth.
Protestos
Além de decretar o lockdown, o governo austríaco anunciou que, a partir de fevereiro de 2022, será obrigatória a vacinação contra a Covid-19. Com isso, milhares de pessoas realizaram protestos no país. Apenas na capital Viena, cerca de 40 mil pessoas participaram de passeatas no último sábado (20).
“Foi cômico”, afirma a brasileira. Marcia contextualiza que, no mesmo dia do protesto, havia um evento temático, também a céu aberto, acontecendo em Viena. Enquanto para o evento era obrigatório apresentar comprovante de vacinação e documento de identidade, no protesto, as pessoas estavam “totalmente aglomeradas”, além de não estarem utilizando máscaras de proteção facial.
Saudade
Marcia ainda desabafa sobre a angústia de não ver a família há muito tempo. Ela explica que teve de adiar duas viagens por conta da pandemia, e que a família também não pode visita-la. “Muito difícil. Uma saudade cruel”, diz.
“Estou há dois anos sem ver minha família. Temos viagem marcada para o Brasil em janeiro, e ela já estava planejada desde julho. Como tudo o que acontece por aqui acontece três meses depois no Brasil, me desesperei com a possibilidade de uma nova onda de Covid-19 e novo lockdown no início do ano que vem no Brasil , e nossos voos serem cancelados de novo”, finaliza.