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Conheça a história do seu Antônio, cruzeirense que comoveu e mobilizou a torcida

Fã do goleiro Fábio, o aposentado realizou sonho de ir ao Mineirão; ele perdeu a mulher e o filho para a Covid e encontra na paixão pela Raposa consolo

por Josias Pereira

Seu Antônio

‘Mesmo se cair para a quinta divisão, eu sou Cruzeiro’, declarou o seu Antônio, que sonha encontrar o goleiro Fábio — Foto: Reprodução / Twitter

Dos quase 35 mil torcedores que estiveram no Mineirão na última terça-feira (9), quando o Cruzeiro venceu o Brusque por 2 a 0, um deles não poderia estar mais emocionado. Na semana em que completou 80 anos, o seu Antônio Rodrigues Moreira foi ao Gigante da Pampulha ver a Raposa em campo pela primeira vez. Esteve acompanhado do filho, o auxiliar de obras José Carlos Rodrigues, 53, e do neto Bruno Moreira, 21, o mentor da ideia de presentear o avó com um momento especial.

O ano de 2021 foi o mais difícil para a família simples de Carmo do Cajuru, municípido distante de BH por cerca de 115 km. O seu Antônio teve Covid, assim como sua esposa, a dona Terezinha, e o filho Marcelo. Quis a vida que apenas o seu Antônio saísse dessa. Ele perdeu a mulher, que tanto amava, e o filho de 48 anos.

“O negócio foi muito pesado, foi Deus que me salvou”, conta o seu Antônio. “Foram 55 anos juntos com minha esposa. Nós nunca dormimos uma noite separado, 55 anos juntos mesmo. Eu tinha uma mulher que era um esteio para trabalhar, nós nunca discutimos, ela gostava do forró e eu a trazia para Carmo do Cajuru para dançarmos, depois voltávamos para a roça. Nossa vida era essa. Ela era tudo para mim. Mas Deus quis levá-la, assim como meu filho”, acrescenta o aposentado, emocionado.

Quando decidiu sair da roça com a esposa, que faleceu aos 74 anos, e mudou-se para Carmo do Cajuru, seu Antônio buscava segurança. “A gente tinha mudado para cá há uns dois anos. Nos aposentamos. Era perigoso para nós, já de idade, morar na roça. Ela não queria, mas acabamos vindo. Ficamos dois anos e aí veio a maldita doença que levou ela e meu filho”, lamentou o seu Antônio.

Um homem que desde cedo aprendeu a driblar os obstáculos que a vida lhe impôs. “Sempre fui uma pessoa muito sozinha. Perdi minha mãe com sete anos, vivi largado. Minha vida foi muito sofrida desde criança, trabalhei na roça, chorava no cabo de uma enxada, mas nunca deixei de trabalhar. Casei pobrinho, mas a gente fez uma família bonita. Com isso tudo que aconteceu, eu dou graças a Deus por meu filho (o José Carlos), meus netos e minha nora, que me tratam muito bem”, se orgulha Antônio Rodrigues, que em meio a tantas batalhas na vida encontrou no Cruzeiro uma paixão para toda a vida.

“Minha vida é o Cruzeiro. Primeiro minha família, claro, mas depois o Cruzeiro. Mesmo se ele cair para quinta divisão, eu vou continuar torcendo para o Cruzeiro. Faço isso de coração. Sou cruzeirense doente”, reforça o aposentado.

A devoção ao Cruzeiro 

Na roça, após um dia longo de labuta, a diversão do seu Antônio era ligar o radinho e ficar sintonizado nas notícias e jogos do Cruzeiro.

“Eu deixava até de comer. Minha mulher falava para eu jantar, mas eu só ia depois que escutava todo. Falava com ela que podia deixar as vasilhas que eu lavava. Mas eu só ia comer depois do Cruzeiro”, recorda Antônio.

Gestos do pai que o filho José Carlos, o Carlinhos, guarda com muito carinho e atesta a devoção do pai.  “A gente teve a vida toda na roça, sol a sol, trabalhando e conversando sobre o Cruzeiro sobre a escalação, quem ia jogar, contra quem seria, aquela emoção. Chegava em casa, tomava o banho, tinha a jantinha e ficávamos atentos para ouvir o jogo. Quando o time perdia, ele nem dormia, minha mãe tinha que falar para ele que era normal em um jogo, às vezes ganha, às vezes perde. Mas ele nunca deixou de ser assim pelo Cruzeiro. O Cruzeiro é a vida dele”, salientou José Carlos.

A luta contra a Covid 

Poder levar o pai ao Mineirão pela primeira vez foi um dos momentos mais felizes em um 2021 onde José Carlos encarou a maior luta de sua vida. .

“Os três adoeceram de uma vez. E a responsabilidade foi toda para mim. Fiquei 60 dias afastado e eu agradeço muito a todos de Carmo do Cajuru que sempre me ajudaram e ajudaram minha família. Eu pensei que perderia os três”, conta José Carlos.

“Meu pai se recuperou, minha mãe faleceu no dia 25 de abril, e meu irmão no dia 18 de maio. Meu irmão ficou 58 dias internado e meu pai queria visitá-lo. Quando minha mãe faleceu, meu pai já tinha voltado para casa e ele sempre perguntava sobre ela. Mas pela idade dele, não falamos de imediato que ela tinha falecido. Foi uma situação muito difícil. Eu passei um momento muito complicado, mas graças a Deus estamos na luta”, complementou o auxiliar de obras.

E tem sido no Cruzeiro, mesmo vivendo o pior momento da história do clube, que José Carlos e o pai Antônio seguem se apoiando para trazer um pouco de consolo.

“Às vezes a gente está com o pensamento negativo, do passado. A gente sabe que as coisas que acontecem não tem volta e o que tira aquilo da mente é lembrar que tem o jogo do Cruzeiro, a escalação, a posição que o time está na tabela, porque hoje o que tenho sou eu, minha esposa, um casal de filhos, dois netinhos, meu pai e o Cruzeiro. O Cruzeiro é a nossa vida”, declarou José Carlos, casado com Zilda Maria da Cunha Moreira, 43 anos.

O ídolo Fábio 

No Mineirão, na última terça-feira, o seu Antônio carregava um cartaz feito pela neta Graziele Moreira da Cunha, 23, declarando que era fã do goleiro Fábio e que desejava ganhar uma camisa autografada do goleiro. Uma torcedora do Cruzeiro, acompanhada pela tia, registrou o pedido do aposentado e logo o vídeo e a história do seu Antônio ganharam as redes sociais graças ao apoio de influenciadores do Cruzeiro, como Valdir Virjão, do perfil Cruzoeiro. A mensagem chegou até o goleiro Fábio e também a comunicação do Cruzeiro, que já prentendem fazer um encontro entre o aposentado e o goleiro, que renovou seu vínculo com a Raposa por mais uma temporada.

Enquanto o momento não chega, seu Antônio já tem na mente o que vai fazer quando encontrar o seu ídolo do Cruzeiro frente a frente.

“Eu quero dar um abraço nele, um abraço bem apertado mesmo. Desejar muitos anos de felicidade, de paz, de saúde, de alegrias, para ele e para toda a família. Ele é o jogador mais velho do Cruzeiro e nunca abandonou o time. Ele merece o melhor”, deseja o seu Antônio, um torcedor que realmente nos faz entender que é muito mais do que futebol.

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