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Os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia já chegaram ao preço do barril de petróleo adotado no mercado externo, mas, em ano eleitoral, a Petrobras ainda não repassou a alta ao consumidor. Em Minas Gerais, dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostram que a gasolina comum, óleo diesel e etanol recuaram na primeira semana de março, em comparação à última de fevereiro.
No caso da gasolina comum, o preço médio do litro em Minas caiu de R$ 6,89 para R$ 6,88. Já o óleo diesel diminuiu de R$ 5,583 para R$ 5,582 por litro. O etanol hidratado sofreu a maior queda no preço do litro: de R$ 4,75 para R$ 4,71.
O economista Feliciano Abreu, do site de pesquisas Mercado Mineiro, indica que o consumidor fique de olho e encha o tanque antes do provável reajuste. “Para quem tem carro comum, doméstico, vale tentar abastecer com álcool. O etanol está entrando no período de safra. Ficar de olho se o preço vai cair, porque já está caindo no etanol, que poderia ser a salvação da lavoura no período da guerra”, avalia.
Apesar disso, Feliciano diz que previsões são arriscadas num contexto que envolve diferentes atores internacionais. Para ele, o ideal seria a Petrobras adotar subsídios para segurar o preço dos combustíveis, que podem disparar com a alta do barril do petróleo.
Para efeito de comparação, o petróleo bruto estava em cerca de US$ 97 em 24 de fevereiro, data em que o presidente da Rússia Vladimir Putin autorizou a invasão de suas tropas na Ucrânia. Nesta semana, o mesmo item chegou a bater US$ 130, um aumento de 34%.
Esse reflexo acontece porque a Rússia é uma das principais produtoras de petróleo do mundo. Com as sanções aplicadas contra o país europeu, o produto russo deixou as prateleiras e fez o barril disparar.
“Você tem a Rússia alertando que pode chegar a US$ 300 (o barril de petróleo). Mas, até que ponto é uma estratégia de guerra? São inúmeras variáveis, que a gente precisa ter atenção. Esses aumentos são péssimos para os postos, porque o consumidor não está aguentando. Imagine você falando de uma gasolina a R$ 10 (o litro) em dois meses, sendo que a gasolina era R$ 4 (o litro) há uma ano?”, afirma Feliciano Abreu, do Mercado Mineiro.
Já a também economista Gabriela Martins avalia que o real está se valorizando em relação ao dólar, o que pode segurar em certa medida o preço dos combustíveis. “É natural que tenha um aumento nos preços. No entanto, no Brasil, nosso câmbio está mais valorizado e acaba funcionando como uma balança para controlar os preços”, diz.
Gabriela também afirma que as commodities exportadas pelo Brasil estão com o preço em alta, o que faz o dólar se desvalorizar. “Justamente na guerra, infelizmente, ocorre um período no qual as commodities vão ficando mais caras”, afirma.