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PATOS DE MINAS Mulher é presa acusada de dopar e furtar homens que conhecia no Tinder

“Não tenho culpa de esses velhos ficarem procurando mulheres novas. Eu nem me lembro quantos já foram.” Esse é o relato de uma mulher de 27 anos que foi presa, nesta quarta-feira (2), em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, suspeita de “fisgar” homens em aplicativos de relacionamento, dopá-los e furtar os pertences deles. De acordo com a Polícia Militar (PM), ela teria feito pelo menos quatro vítimas.

Na última terça-feira (1), um homem de 50 anos contou que se encontrou com a mulher. Os dois se conheceram no Tinder no fim de fevereiro. A vítima buscou a suspeita no terminal rodoviário da cidade. Depois, eles foram a um bar. Segundo o homem, ele não bebeu muito, mas a mulher insistia constantemente para que ele ingerisse mais bebida alcoólica.

O homem ainda disse à polícia que não aceitou o copo oferecido pela suspeita, mas após alguns minutos, ela o convidou para irem a um hotel. O homem contou que foi ao banheiro e, quando retornou, a mulher insistiu para que ele bebesse uma cerveja. Foi então que ela deu a bebida na boca da vítima, que logo adormeceu. O homem só foi acordar na manhã do dia seguinte, momento em que percebeu que a suspeita não estava mais no quarto do hotel e que ela havia levado todos os pertences dele, como carteira, documentos pessoais, cartões de crédito e débito e dois celulares.

A partir das características da suspeita repassadas pela vítima, a polícia conseguiu localizá-la em casa, no bairro Ipanema. Com ela, foram apreendidos uma carteira masculina com documentos, um talão de cheque e dois celulares.

A suspeita tem uma filha de 8 anos. Quando os policiais foram até a casa da mulher, a criança relatou que a mãe a deixava sozinha por longos períodos. Além disso, segundo o boletim de ocorrência,  a mãe recebia clientes de programas sexuais na presença da filha. O Conselho Tutelar foi chamado, e o pai da criança não foi localizado.

Questionada pela polícia, a mulher confessou os crimes contra os homens. De acordo com a suspeita, ela e as vítimas não chegavam a ter relações sexuais, pois “não dava tempo”. “Logo dou um remedinho para eles, e eles dormem”, relatou ela. A mulher foi levada para a delegacia de Polícia Civil da cidade.

A reportagem do O Tempo entrou em contato com a Polícia Civil de Belo Horizonte, que informou que a corporação está trabalhando em regime de plantão e que a ocorrência não foi localizada.

Estelionato afetivo 

No mês passado, a Netflix lançou o documentário “O golpista do Tinder”, que conta como um homem enganou várias mulheres depois de conhecê-las pelo aplicativo.

Uma pesquisa da Universidade de Leicester, na Inglaterra, mostrou que cerca de 200 mil britânicos já foram enganados em namoros virtuais. Os valores entregues para “ajudar” o falso parceiro ou parceira vão de R$ 160 a R$ 900 mil.

Já em Belo Horizonte, também em fevereiro, um homem de 52 anos, que se passava por coronel do Exército, foi preso suspeito de praticar crimes parecidos. O “predador sentimental” se aproximava das vítimas – por meio das redes sociais ou pessoalmente – e iniciava relacionamento amoroso com elas. Depois de conseguir dinheiro, ele colocava um ponto final na relação. Uma das mulheres teve prejuízo de R$ 300 mil.

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