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Tendência global é de diminuição das restrições contra Covid-19

França, Dinamarca, Espanha e Reino Unido já consideram tratar doença como endemia

Este ano de 2022 pode ser o último da pandemia? As principais agências de saúde do mundo ainda não têm uma resposta clara para essa indagação, mas, seguindo uma tendência global, países começam a afrouxar restrições contra a Covid-19 e a caminhar para um cenário em que ela possa ser tratada como endemia – uma doença como a gripe e a dengue, que é recorrente, mas sem uma explosão imprevista de casos. O coronavírus não desaparecerá, mas especialistas veem um cenário favorável para o fim de restrições ao comércio e a eventos ao longo do ano, com a convivência com o vírus e recuperação da economia.

Nesta semana, a Dinamarca abandonou o uso de máscara no transporte coletiv e não estabelece mais limite de participantes em eventos. A França continuará a exigir o uso de máscara e apresentação de comprovante de vacina, mas reabrirá casas noturnas, eliminará restrições de público em estádios de futebol e já não exige o trabalho remoto. O Reino Unido, que adotou lockdowns sistemáticos ao longo da crise, também estimula a volta ao trabalho presencial.

Professor de política internacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dawisson Belém Lopes avalia que os casos são emblemáticos do rumo que os demais países de alta renda e em desenvolvimento seguirão em 2022. “Existe, hoje, uma aproximação maior entre as estratégias de enfrentamento da Covid, sem tanta diferença entre elas, em uma tentativa de o Estado e a sociedade se adaptarem a uma nova configuração, a um novo estado de coisas. É o que tem se chamado internacionalmente de ‘estratégia de convívio com a doença’”, pontua. Ele chama atenção para a China e a Nova Zelândia, exceções que apostam em controle rigoroso de infecções para chegar ao patamar de “Covid zero”.

Em aula pública na UFMG nessa quarta-feira (2), o infectologista Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), afirmou que há chances de este ser o último ano da pandemia. “Talvez tenhamos uma lua de mel em março, abril. Pode ser que o balizador da letalidade (que aceitaremos) seja o da influenza, com que convivemos desde sempre. Provavelmente, essa fase de transição para endemia será identificada posteriormente. Talvez agora estejamos nela”, ponderou.

O número de infecções pela variante ômicron nos países europeus ainda é alto em relação às ondas anteriores da pandemia. Mas, com o avanço da dose de reforço da vacina, o ritmo de internações e óbitos não acompanha esse crescimento. A infectologista Rosana Richtmann, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), avalia que o Brasil poderá iniciar a discussão sobre o comportamento endêmico e o fim de restrições após a atual onda de contágio.

Efeito cascata

“Provavelmente, até meados de março estaremos discutindo o que a Europa discute hoje, sem restrições como fechar comércio. Mas uma doença se tornar endêmica não quer dizer que se tornará leve. Vamos continuar tendo casos graves entre os pacientes vulneráveis e, como ocorre com a gripe e com a dengue, teremos anos com muitos casos, que demandarão reabertura leitos”, explica Dawisson Belém Lopes.

Sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Christovam Barcellos concorda que o final da atual onda da pandemia sinalizará um novo momento da crise sanitária. “Só podemos pensar (em endemia) quando passar essa grande pressão sobre o sistema de saúde. Após essa onda maior, precisaremos conversar e estabelecer políticas públicas”, diz.

Ele defende que, mesmo que se considere a crise uma endemia, a vigilância sobre o vírus deverá permanecer, com uso contínuo de testes, por exemplo.

Franceses abolem trabalho remoto obrigatório

Paris. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou no fim de janeiro a suspensão da maior parte das restrições no país. Além do uso de máscaras, o trabalho remoto também deixa de ser obrigatório. Espaços culturais e esportivos, como estádios de futebol, não sofrerão mais restrições de público.

O passaporte vacinal, que, nas palavras de Macron, foi pensado para “irritar os não vacinados”, segue em vigor. A partir de 16 de fevereiro, porém, começa ainda uma nova fase de alívio de restrições, quando casas noturnas, fechadas desde 10 de dezembro, poderão reabrir, e os franceses poderão voltar a beber nos balcões dos bares.

A medida francesa, por um aspecto, está de acordo com o que preconiza a OMS. “Agora não é hora de suspender tudo de uma vez. Nós sempre insistimos: sejam sempre cautelosos em aplicar as intervenções, bem como em suspender essas intervenções de forma constante e lenta, peça por peça. Porque este vírus é bastante dinâmico”, disse Maria van Kerkhove, da OMS.

Finlândia vai flexibilizar 

Na Finlândia, a primeira-ministra Sanna Marin anunciou ontem que vai começar a relaxar as restrições a partir de 14 de fevereiro. Nessa etapa, restaurantes e bares vão poder voltar a abrir até meia-noite e reuniões públicas serão permitidas.

Alívio na Dinamarca

A Dinamarca retirou restrições no início da semana. O país registrou no final de janeiro apenas 8.000 casos de Covid-19. O índice de mortes está na faixa dos três óbitos por dia. Mais de 81% da população completou o primeiro ciclo de vacinas, e 61% recebeu a dose de reforço.

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Vacina faz Covid parecer mais uma gripe”, diz biólogo 

O avanço da vacinação freia o efeito da ômicron sobre o número de mortes, ao mesmo tempo em que há evidências de que a variante ataca os pulmões com menos intensidade que as demais. Por outro lado, não vacinados ainda lotam UTIs no Brasil e são a maior parte dos mortos pela doença. Hoje e no futuro próximo, avaliam especialistas, a pandemia terá um rosto diferente para os dois grupos. “Para os vacinados, parabéns, estamos entrando em uma nova fase da pandemia, que está ficando cada vez mais clara, que é ‘o fim dela’ ou como as coisas devem caminhar daqui para a frente. Pouco a pouco, paulatinamente, com a vacinação continuamente, com tratamentos que começamos a ter e funcionam, a Covid está se transformando em uma doença muito mais próxima de uma gripe, que deixou de matar 20, 30 vezes mais que a gripe e, agora, mata por volta de duas vezes, por caso, por pessoas infectadas, o que a gripe mata”, pontuou o biólogo Atila Iamarino, citando o cenário do Reino Unido.

Ele destaca, entretanto, que, quanto mais infectados, maior o número de mortos, mesmo com a diminuição da letalidade da doença – no Brasil, onde cerca de 23 mil pessoas morrem todos os anos pela gripe, a Covid ainda representaria quase 50 mil óbitos anuais, caso o país contasse com os medicamentos e a estrutura hospitalar disponíveis no Reino Unido, que ele usa de comparação. O biólogo também pondera que a situação da Dinamarca, que abandona restrições contra a pandemia, é muito diferente da brasileira: mais de 60% dos dinamarqueses tomaram a terceira dose da vacina, e a ocupação de leitos de UTI está caindo. Países com vacinação em massa estão mais preparados para flexibilização, segundo especialistas.

O sanitarista da Fiocruz Christovam Barcellos pondera que o conceito de “imunidade de rebanho”, muito discutido no início da pandemia, perdeu lastro neste momento. “Esse conceito não faz mais sentido, porque temos a reinfecção. Hoje, é como se tivéssemos curvas da pandemia sobrepostas, com diferença para os vacinados que pegaram ômicron, que pegaram delta e para os não vacinados, por exemplo”, elabora. Ainda assim, especialmente a proteção conferida pelas vacinas, também somada às novas infecções, tende a impedir picos de internações e óbitos. “A vacinação é fundamental”, diz.

Por outro lado, a baixa vacinação de países mais pobres, notoriamente na África, por exemplo, onde a ômicron foi identificada primeiro, forma um caldo propício ao surgimento de novas variantes. “A ômicron é um pouco mais leve, sim, mas não dá para contar com isso. A gente não sabe qual é a próxima variante que vem”, alertou Atila Iamarino em sua live mais recente.

“Se tivermos uma variante nova, a endemia pode se tornar uma pandemia de novo”, conclui o médico Luiz Ferreira Paulino. Ele diz ter esperança no desenvolvimento de novas gerações de vacinas, que, além de amenizarem os casos graves, impeçam melhor a transmissão do vírus.

País caminha para ter mesmas condições

O Brasil caminha para uma taxa de vacinação similar ao de países que hoje flexibilizam as medidas de restrição, mas para isso deve investir para aumentar o número de pessoas com esquema vacinal completo. Se os 12,7 milhões de brasileiros que tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid retornarem para a segunda etapa, o Brasil poderá superar alcançar de 80% da população completamente imunizada, superando países como Reino Unido e França e se aproximando de Espanha e Dinamarca, que estão entre as nações europeias com melhores indicadores – o campeão é Portugal, com 90,49% da população vacinada com duas doses.

População vacinada

China: 84,99%

Espanha: 81,92%

Dinamarca: 81,38%

França: 76,39%

Reino Unido: 71,02%

Brasil: 70,11%

Comércio acredita em avanço das vendas após fim da ômicron

A perspectiva de um alívio da pandemia após a atual onda da variante ômicron já faz com que a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) projete um crescimento maior do que em 2019, antes da crise sanitária, para este ano. “Esperamos que isso beneficie toda a cadeia produtiva, porque, para o comércio e os serviços funcionarem bem, toda a engrenagem precisa estar funcionando. Esperamos não ter surpresas do poder público”, avalia o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.

Ele também diz esperar um retorno mais forte do trabalho presencial no futuro próximo. “Quando sairmos da pandemia para a endemia, vamos ter um número maior de trabalhadores na rua, e é natural que as pessoas comecem a comprar perto do trabalho”, pontua.(Gabriel Rodrigues)

Entrevista com Dawisson Belém Lopes, professor de política internacional da UFMG

“O Brasil vai adotar medidas que estão sendo adotadas pelos europeus”

Na perspectiva do senhor, o fim das restrições ao redor do mundo segue uma lógica mais política ou de saúde pública?

Não há como dissociar as duas coisas. Há uma lógica de saúde pública, porque essa mudança no tom e nas estratégias nacionais de enfrentamento se deve à percepção científica, embasada. A correlação de adoecimento, internação e óbito foi alterada brutalmente com o advento da vacina e da vacinação em larga escala. Mas também, claro, há componentes econômicos, sociais e políticos. Economias ficaram em situação difícil, com aumento de inflação e quebra de cadeias de suprimentos de alimentos, por exemplo. Temos aumento de desigualdade social nos países, obesidade, adoecimento mental, insatisfação generalizada e há, ainda, aspectos políticos.

A realidade da pandemia na Dinamarca e na França, por exemplo, equipara-se à do Brasil? Ou seja, podemos esperar medidas similares por aqui no futuro próximo?

Há uma certa padronização das estratégias. Dá para ver que os países estão seguindo em um mesmo rumo, por exemplo, no aumento agudo do tráfego civil internacional. Os países não estão mais fechando fronteiras, mas adotando protocolo de segurança e passaporte vacinal. Outra medida disso é o movimento das escolas ao redor do mundo. No auge da incerteza, um mês após o decreto da pandemia em abril de 2020, aproximadamente 82% dos estudantes estavam fora da escola, mais de 1,4 bilhão de estudantes. Hoje, esse número está em torno de 3%. Já há um entendimento de que não se pode fechar escola, e isso é global. Essas práticas vão se padronizando. O Brasil vai adotar algumas das medidas que estão sendo adotadas pelos europeus e já adotou várias outras. Ele está nesse grande cesto de políticas.

Alguns especialistas e políticos falam na transformação da pandemia em endemia no futuro próximo. Em termos de relações internacionais e medidas restritivas entre países, em que essa mudança implicaria?

Se a epidemia enquanto tal acaba em 2022, naturalmente podemos esperar uma intensificação dos fluxos de bens, mercadorias e finanças que estavam represados. Uma grande questão é que o mundo tem quase 8 bilhões de seres humanos e uma parte importante, 1,2 bilhão, está no continente africano. A África praticamente não imunizou os seus cidadãos. É necessário, em 2022, olhar para os países de renda baixa.

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